terça-feira, 10 de junho de 2008

Análise da 1ª jornada: pontos positivos e negativos.

Terminou hoje a primeira jornada do Euro 2008 e fica aqui a minha apreciação do melhor e do pior desta primeira sequência de 8 jogos. Porém, antes de a apresentar fica aqui a minha nota transversal em relação às lesões que têm afectado todas as equipas participantes (em maior ou menor quantidade).
Esta é a prova que reúne as melhores nações deste continente e a última coisa que se pretende é que a esta festa faltem os melhores executantes de cada país. Queremos ganhar aos melhores. Por isso lamentamos as lesões que grassam por todas as convocatórias. Posto isto, deixo-vos com a análise (sucinta e separada por grupos) da primeira jornada do campeonato europeu:


Grupo A:

+ Portugal. Cabeças de série, favoritos no grupo, como lhes quiserem chamar. A vitória por 2-0 (podiam ter sido 5) contra a Turquia, que era apontada por muitos como o adversário mais difícil dos 3 que vamos enfrentar por agora, confirmou credenciais e preparou, para a segunda jornada, a conquista do primeiro lugar nesta fase.
+ Pepe, Moutinho e Quim. Se os dois primeiros, por motivos óbvios, são menções quase obrigatórias, o terceiro nome, o do guarda-redes benfiquista que se lesionou é uma menção muito estranha, originada por uma opinião muito original, que eu fui "buscar" a um dos autores do blog, o Tomás. A lesão de Quim, se bem que muito infeliz, encerrou a questão da titularidade na baliza e deu a Ricardo a oportunidade de entrar em campo não com duas ou três prioridades em cima dele (exibir-se bem, não dar erros, manter o lugar), algo que se notava que vinha a afectar o antigo 'keeper' leonino, mas apenas uma, cumprida com segurança: ajudar a equipa a vencer.
- República Checa. Para quem se qualificou como os checos se qualificaram, chegar ao europeu e fazer um jogo tão pobre contra a Suíça é uma desilusão. A renovação que Karel Brückner prometia é, até agora, um enorme bluff. Plasil, Sionko e Jarolim não são substitutos de Nedved, Rosicky e Poborsky e a decisão de manter Milan Baros no banco não se compreende. Todavia, e é importante salientar este ponto, ainda faltam duas jornadas...
- A fruta. E quando digo "fruta" não me estou a referir a maçãs ou abacates, mas sim á monumental quantidade de pancada que os jogadores da Turquia nos deram no jogo de dia 7. Não sei se, como em outras provas, existe uma comissão que, depois dos jogos, analisa as situações que, durante as partidas não foram abordadas e que merecem uma sanção disciplinar mas creio que, a existir, as "entradas" sobre Nani, Simão e C.Ronaldo deveriam ser alvo de um inquérito. Jogadores como Servet não deviam voltar a jogar e faltas como as que sofremos, que podiam muito bem ter arruinado com a carreira dos nossos alas, não deviam ser permitidas. A táctica turca, por mais eficaz (e suja) que possa ser, não deve ser aplicada á margem das leis do jogo.


Grupo B:

+ Podolski, Gómez e Klose. Fizeram a vida negra aos polacos e culminaram uma exibição colectiva que mostra que, acima de tudo, esta Mannschaft é candidata. Parabéns ao treinador Löw por conseguir anular Smolarek e companhia, impedindo-os de atacarem uma vez que seja (com perigo) a baliza de Jens Lehmann.
- Insonso. O jogo entre a Áustria e a Croácia. Não gostei de ver nenhuma das selecções e juro que não compreendo como é que os croatas acham que o Luka Modric pode ser o melhor jogador do Euro. A verdade é que eu não espero ver muito da selecção da casa, mas a Croácia possui qualidade para disputar a passagem no grupo. Fico á espera que melhorem a qualidade do jogo, visto que nada tenho a acrescentar em relação aos resultados (ganharam o jogo em causa).
- Leo Beenhakker. Num gesto de coragem ou de alguma burrice, Leo Beenhakker afirmou que não alteraria nada na estrutura da sua equipa para o jogo com a Alemanha. Devia ter mudado. O ex-seleccionador da Trinidade e Tobago quis mostrar que a Polónia está por mérito próprio no Europeu, o que é verdade. Mas a meu ver, cometeu um erro crasso.


Grupo C:

+ Holanda. Uma vitória demolidora sobre os campeões do mundo concede a qualquer equipa uma injecção de moral e de confiança para o resto da prova. A equipa "laranja", parente pobre dos três grandes presentes no grupo já leva vantagem sobre a França e sobre uma Itália que até podia ter marcado mas que, paradoxalmente, sofreu imenso com o contra-ataque holandês. Uma brilhante exibição do conjunto de Van Basten e, até ver, o melhor jogo da competição.
+ Roménia. Um ponto contra os gauleses, conquistado com maior ou menor dificuldade, vale sempre imenso. A equipa de Piturca, com muita defesa e coragem, arrisca-se a repetir a façanha de 2000, quando deixou dois colossos para trás e passou à fase seguinte. Eu não acredito que isso venha a acontecer mas mesmo assim este empate é um bom começo para a equipa de Mutu e dá-lhes algo porque lutar para o próximo encontro contra a Itália.
- França. Esperava-se mais desta selecção. Acidente de percurso ou prenúncio do fim para Raymond Domenech? Como é que se passam 90 minutos com apenas um remate á baliza (Benzema, 52')? Na próxima semana o jogo contra a Holanda é fulcral para as aspirações dos "bleus". Se a Roménia não perde o encontro, os franceses estão obrigados a pontuar para não terem que fazer contas na última jornada.


Grupo D:

+ Villa, David Villa. O avançado foi o principal responsável pela primeira goleada do europeu. Três golos e um bom entendimento com Fernando Torres marcaram um jogo bastante agradável de se ver, uma partida em que a Rússia fez o que podia frente a uma Espanha que, no seu melhor estilo, se fartou de marcar, contrapondo as tentativas de Pavlyuchenko com os golos de contra-ataque. A questão que se põe neste momento é a do costume: e agora, Espanha? Será que finalmente arrancam para uma candidatura a sério ou esta vitória é apenas "fogo-de-vista" no caminho para a habitual desilusão que são as prestações de "nuestros hermanos"?
+ Os golos. Nos jogos do Grupo D tivemos quase tantos golos (7) como nos outros jogos todos (9) juntos. Não é uma crítica, antes uma nota positiva, algo que importa realçar. O futebol não vive sem golos e poder ver executantes tão bons como Torres, Villa e Ibrahimovic é mais do que um prazer, é um privilégio.
- 2-0. A Suécia não merecia levar com estes tipos pela frente. A Grécia voltou a fazer das suas e, fiel ao seu lema, ξεπεραστεί από την ανία, "pelo tédio venceremos", tentou arrancar um ponto na sua caminhada para o empate (vitória só se for necessário) final. Quase conseguiu. Em cinco minutos os suecos marcaram dois golos e selaram aquele que se espera que seja o destino desta equipa, a derrota. Não apenas porque ganharam o "nosso" Euro2004, mas sim porque defender não chega, porque não vejo qualidade nesta equipa para passar o grupo e, acima de tudo, porque não acho que se justificava, perante este adversário, ver a selecção campeã a jogar claramente para o empate.

9 comentários:

Bernardo Rosmaninho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bernardo Rosmaninho disse...

Escusava de colocar aqui a já de si habitual advertência para as imagens (quem quer ver em tamanho real tem que carregar nelas) mas mal não faz em repetir isto.

Ficamos à espera de opiniões, elogios, críticas e sugestões. Obrigado pelas visitas e comments.

Anónimo disse...

Afinal a R.Checa não era assim tão má quanto pareceu no primeiro jogo. Concordo com a maioria das tuas conclusões embora não ache que a Turquia era o nosso adversário mais difícil e pense que a França vai passar no seu grupo. As fotos estão boas e nota-se que gostas muito da Holanda e que não temes a Alemanha tanto quanto devias.

Anónimo disse...

Já agora sempre existe "uma comissão que, depois dos jogos, analisa as situações que, durante as partidas não foram abordadas e que merecem uma sanção disciplinar" no Euro2008?
Abraço grande Bernas. Continuem e bons exames.

Anónimo disse...

Portugal! Portugal! Portugal!

Anónimo disse...

Don't put Quaresma on! Doesn't do any defensive work, hasn't shown any ability in the offensive field!
Hope the croatians crash and burn! As the french! That little arrogant s*** Domenech couldn't even pull a win against Romania!

Anónimo disse...

Apart from cutting us from the finals in 2000, 2004 and 2006, I think that the portuguese will win this euro. They have a great team (but that Quaresma, maybe if he goes to Inter, maybe with Mourinho...) and rightfully deserve it. Good luck. One last thing, how can Quim being injured be a good thing?

Bernardo Rosmaninho disse...

Em primeiro lugar, obrigado pelos comentários.

Miguel, ainda não sei responder-te em relação à comissão. Não temo tanto a Alemanha porque acho que Portugal tem que parar de se "borrar" (perdoe-me a expressão) com eles e apenas "tentar sonhar". Estamos ao nível deles e se queremos ser campeões temos que lhes ganhar!

Adoro a Holanda, por razões que vão do FM, a um amigo meu que gosta muito do Van der Vaart, ao meu respeito e apreço pela história dos clubes holandeses e pela sua forma de abordar a formação e o jogo. Também gosto de outras nações mas, neste europeu, se não pudermos ganhar, espero ver a Holanda campeã (ou a Espanha).

Um grande abraço.

PS: A Turquia era mesmo a mais difícil...

Bernardo Rosmaninho disse...

MR. The Truth Sayer,

Obrigado pelos seus comments. Como é óbvio que percebes português não vou responder-te em inglês.

Espero que o Quaresma vá para o Inter. Fazia-lhe muito bem e dava-nos esperanças de vir a ter mais um extremo que para além de saber atacar, ajuda a defender, coisas que ele neste momento não faz melhor que Nani ou Simão (para não falar de Ronaldo).

Em todo o caso, acho que expliquei porque considerava positiva (para a Selecção e para o Ricardo) a situação do Quim. Tenho pena dele e acho que é um enorme infortúnio (para ele), mas se daí vier algo de bom, como creio que veio, fiz bem em apontar isso.

Cumprimentos.
PS: Os croatas não vão, de certeza absoluta, "crashar".